Hoje a principal necessidade é compreender que a Reforma teve continuidade e precisar continuar em nossos dias. A ideia principal desse movimento era romper com o ‘stablishment’ da igreja romana que havia corrompido e mudado os conceitos bíblicos; e a reforma veio para devolver ao povo uma religião pura e simples, baseada na Palavra de Deus. E para que isso ocorresse, homens pensantes, corajosos e altruístas foram fundamentais para esse rompimento.
Os reformadores do passado foram vários. Os principais nomes
da Reforma Protestante incluem:
Martinho Lutero (1483-1546) - Monge alemão e professor de
teologia, foi a figura central da Reforma Protestante. Em 1517, publicou suas
95 Teses, que criticavam abusos na Igreja Católica, como a venda de
indulgências. Lutero enfatizou a salvação pela fé, a autoridade das Escrituras
e a tradução da Bíblia para o vernáculo.
João Calvino (1509-1564) - Teólogo francês e reformador, foi
uma figura central na segunda geração da Reforma. Calvino estabeleceu uma
teocracia em Genebra, Suíça, onde implementou um governo baseado em princípios
bíblicos.
Ulrich Zwinglio (1484-1531) - Reformador suíço que,
independente de Lutero, também iniciou um movimento de reforma. Ele promoveu
mudanças como a abolição de imagens nas igrejas e criticou a missa católica.
John Knox (1513-1572) - Reformador escocês, foi influenciado
por Calvino e levou a Reforma para a Escócia. Ele fundou a Igreja
Presbiteriana, destacando a autonomia das congregações e o governo da igreja
por anciãos.
Thomas Cranmer (1489-1556) - Arcebispo de Cantuária, teve um
papel importante na Reforma inglesa sob o reinado de Henrique VIII e Eduardo
VI. Escreveu o Livro de Oração Comum, que influenciou a adoração na Igreja
Anglicana.
Muitos desses homens e outros, pagaram com a própria vida os
ideais da Reforma Protestante ou os princípios da Palavra de Deus. E nos falta
esse ideal hoje, a coragem para lutar contra as distorções que vão ocorrendo
com a interpretação da Palavra de Deus.
A Reforma Protestante teve continuidade
No século XVIII, diversos pregadores cristãos começaram a
pregar sobre a iminente volta de Jesus, antecipando o movimento milerita do
século XIX. A Reforma Protestante despertou essa visão da Segunda Vinda de
Jesus. Embora a ideia de um retorno iminente de Cristo tenha raízes no
cristianismo primitivo, o século XVIII viu um ressurgimento desse tema em
resposta a reforma e a movimentos de renovação espiritual. Alguns
neo-reformadores desse período incluem:
Johann Albrecht Bengel (1687–1752) - Teólogo e pastor
luterano alemão, Bengel foi um dos primeiros teólogos a estudar as profecias
bíblicas com um enfoque no retorno de Cristo. Em suas análises, ele sugeriu
datas específicas para eventos apocalípticos e destacou a importância de uma
preparação espiritual para a segunda vinda.
John Wesley (1703–1791) - Fundador do movimento metodista,
Wesley pregava com frequência sobre a santidade pessoal e a importância da
preparação para o retorno de Cristo. Embora ele evitasse fixar datas, Wesley
via sinais do fim nos eventos sociais e políticos de seu tempo, incentivando
uma renovação espiritual entre seus seguidores.
George Whitefield (1714–1770) - Evangelista britânico e um
dos líderes do Primeiro Grande Despertar, Whitefield enfatizou em suas
pregações a necessidade de arrependimento e de uma vida dedicada a Deus,
esperando pela volta de Cristo. Ele foi influente tanto na Inglaterra quanto
nas colônias americanas, transmitindo a ideia de uma renovação espiritual
urgente à luz dos eventos finais.
Jonathan Edwards (1703–1758) - Pregador e teólogo
norte-americano, Edwards, um dos líderes do Primeiro Grande Despertar, abordava
temas como a soberania de Deus e o julgamento iminente. Embora focado em
avivamento e arrependimento, ele acreditava que Deus estava preparando o mundo
para eventos escatológicos e a eventual volta de Cristo.
Manuel Lacunza (1731–1801) - Jesuíta chileno que, após
estudar profecias, escreveu sob o pseudônimo de "Juan Josafat
Ben-Ezra". Seu livro *A Vinda do Messias em Glória e Majestade*
influenciou cristãos na Europa e nas Américas com suas ideias sobre o milênio e
o retorno de Jesus. Sua obra foi lida por muitos, incluindo William Miller,
contribuindo para o interesse escatológico no século XIX.
William Miller (1782–1849) foi um fazendeiro e pregador
batista americano cuja interpretação das profecias bíblicas deu origem ao
movimento milerita, que provocou um garande ‘boom’ sobre a Parousia. Nascido em
Pittsfield, Massachusetts, e criado em uma família cristã, Miller serviu como
capitão na Guerra de 1812. Após o conflito, passou por uma profunda crise
espiritual que o levou a um estudo meticuloso da Bíblia, especialmente dos
livros de Daniel e Apocalipse. Foi um dos maiores responsáveis pela visão emergente
da Vinda de Cristo.
José Bates (1792–1872) após uma forte experiência espiritual
e de conversão, decidiu abandonar a vida no mar, como capitão de barcos, para
se dedicar ao trabalho missionário. Bates uniu-se ao movimento milerita na
década de 1840, convencido da iminente segunda vinda de Cristo, e pregou
extensivamente sobre o retorno de Jesus. Em 1846, Bates publicou o folheto The
Seventh Day Sabbath, a Perpetual Sign, que influenciou profundamente outros
líderes do movimento millerita. Além de
seu trabalho evangelístico e doutrinário, Bates foi conhecido por seu estilo de
vida simples e sua dedicação inabalável à missão. Ele viajou extensivamente e
gastou grande parte de seus recursos pessoais para divulgar o evangelho.
James Springer White (1821–1881) aos 15 anos, após uma
experiência de cura, ele decidiu se dedicar à fé protestante e, aos 21, uniu-se
ao movimento millerita liderado por William Miller, que pregava a iminência da
segunda vinda de Cristo. White, junto a outros líderes, buscou entender melhor
os conceitos de W. Miller e reorganizar o movimento adventista que surgiu. James
White também desempenhou um papel importante como editor e publicador. Ele
fundou o periódico The Present Truth (que depois se tornou a Review and Herald)
e participou na publicação de muitos dos escritos de sua esposa, bem como de
outros materiais evangelísticos. Foi um entusiasta da página impressa
divulgando a mensagem adventista.
Conclusão
Esses homens do século 18 e 19 foram os responsáveis pela
continuidade da reforma protestante, onde o princípio fundamental é descobrir
as verdades esquecidas durante a idade média, a grande apostasia da igreja
romana.
Como é importante hoje entendermos que a Reforma continuou e
permanece em nossos dias. Agora a reforma precisa continuar em nossa vida
pessoal, adotando os princípios vivos da Palavra de Deus.
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