Uma série de dez mandamentos (Dt 18:10,11) na Lei de Deus orientam o povo no passado, e a nós hoje sobre o perigo de métodos preditivos. O texto bíblico classifica como “abominação” ou algo que Deus detesta e se enoja em sua prática.
Os antigos ‘agouros’, agora se veste com roupagem digital. Homens e mulheres, ansiosos pelo futuro, entregam a direção de suas vidas à suposta influência de astros e planetas. Esta é uma idolatria cósmica que nega a soberania d'Aquele que criou e ordena todas as estrelas. Consultar um horóscopo é buscar um destino frio e impessoal, abdicando da confiança no Pai que conhece cada um de Seus filhos pelo nome e tem um plano bom para eles. É trocar a provisão divina por uma informação fatalista escrito nas estrelas.
2. O Tarô e a Cartomancia
Estas são as formas modernas da adivinhação e do prognóstico. Através de cartas e símbolos ocultos, o coração inquieto busca desvendar o amanhã. Cada carta virada é um ato de desconfiança na orientação que Deus prometeu dar. É uma tentativa de invadir o domínio do conhecimento que pertence exclusivamente ao Senhor, buscando luz nas trevas do ocultismo quando Aquele que é a Luz do mundo já se revelou plenamente. É uma busca por certeza em um sistema de mentiras, manipulado pelas “potestades” do mal (Ef 6: 12) e seus “ministros” da trevas (2Co 11:15) rejeitando a certeza que há em Cristo.
3. Os Búzios e a Geomancia
Os búzios representam a encantaria ancestral, uma tentativa de reduzir o Deus infinito a um mecanismo de respostas baseado na queda de conchas ou objetos. Este ritual é a fé substituída pela superstição, o relacionamento com o Pai trocado por um sistema folclórico. Quem joga búzios busca controlar o espiritual através de um ritual, rejeitando o caminho da fé que se submete humildemente à vontade soberana e, por vezes, misteriosa de Deus.
4. A Macumba e os Rituais de
Incorporação
A macumba, em suas diversas manifestações, é a necromancia do nosso tempo. Através de rituais, cantos e oferendas, busca-se estabelecer comunicação e obter favores de entidades espirituais. Esta é a consulta aos mortos e aos "guias" explicitamente condenada. É uma apostasia espiritual, uma troca da adoração ao Deus vivo por uma aliança com forças espirituais das trevas. Cada oferenda é um ato de idolatria que rejeita o único sacrifício eficaz, o de Jesus Cristo na cruz.
5. A Bruxaria e a Magia (Branca ou
Negra)
A bruxaria, seja ela chamada de branca ou negra, é a feitiçaria declarada. A magia branca, que se disfarça de "benéfica", é tão abominável quanto a negra, pois ambas operam no mesmo princípio: o uso de rituais, palavras ou elementos para manipular forças espirituais e circunstâncias à parte de Deus. É a rebelião em sua forma mais pura, onde o homem se ergue como um deus, tentando amarrar e controlar a realidade através de encantamentos, em vez de suplicar ao Soberano Senhor de todas as coisas.
6. As Simpatias e os Amuletos
As simpatias são a feitiçaria do povo, a magia simplificada para o dia a dia. Seja um copo d'água debaixo da cama, um galho de arruda ou uma fita colorida, estes rituais transmitem a mentira de que objetos e ações possuem poder inerente para mudar sortes e afastar males. Esta superstição é um veneno para a fé, pois ensina o coração a confiar em amuletos e gestos, e não na providência e proteção do Pai celestial. É um evangelho de obras aplicado ao ocultismo.
7. A Quiromancia
A leitura das linhas da mão é o prognosticador que carregamos no corpo. É a presunção de que o destino de uma pessoa está gravado em sua própria carne, e não nas mãos amorosas de seu Criador. Buscar um quiromante é rejeitar a identidade dada por Deus e aceitar uma identidade fatalista determinada por traços físicos. É fechar a mão para receber a bênção que Deus quer dar, para olhar fixamente para as linhas que, supostamente, ditam um futuro sem a intervenção divina.
8. O Ocultismo em Geral
O ocultismo é o guarda-chuva que abriga todas estas práticas. É o mergulho deliberado em um mundo de conhecimentos secretos, símbolos e rituais que Deus expressamente proibiu. É a busca por um poder que não é o poder do Espírito Santo, por uma luz que não é a Luz de Cristo e por uma verdade que não é a Verdade do Evangelho. É uma tentativa arrogante de penetrar nos mistérios divinos por portais proibidos, resultando não em iluminação, mas em cegueira espiritual e escravidão.
Em última análise, todos esses métodos, antigos ou modernos, compartilham a mesma raiz: um coração que, em sua ansiedade e autonomia, recusa-se a descansar no "Segredo do SENHOR" e busca, de forma idólatra e abominável, arrancar o futuro das mãos de Deus para colocá-lo sob seu próprio controle, seja através de cartas, conchas, rituais ou encantamentos.
Fontes:
KAISER JR., Walter C. Toward Old Testament Ethics. Grand Rapids:
Zondervan, 1983.
STRONG, Augustus H. Teologia Sistemática. São Paulo: Hagnos, 2003.
WRIGHT, Christopher J. H. Deuteronomy. Peabody: Hendrickson Publishers,
1998.
Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. São Paulo:
Vida Nova, 1998.
Westminster Theological Journal. "The Condemnation of Pagan
Practices in Deuteronomy 18:9-14". Vol. 65, 2003.