NATAL - A PRIMEIRA VINDA DE JESUS


A comparação entre a primeira e a segunda vinda de Jesus revela a unidade do plano redentor de Deus e a progressão histórica do Grande Conflito. O Natal não é apenas a celebração de um evento passado, mas o fundamento da esperança escatológica cristã. Aquele que veio em humildade é o mesmo que virá em glória.

  1. As promessas da primeira vinda
    A primeira vinda de Jesus foi antecedida por um conjunto coerente de promessas messiânicas. Desde o anúncio primordial de Gênesis 3:15, Deus revelou que o Redentor nasceria da descendência da mulher. As promessas se intensificam nos profetas:
    – O Messias nasceria de uma virgem (Isaías 7:14).
    – Seria descendente de Davi e governaria com justiça (2 Samuel 7:12–16; Isaías 9:6–7).
    – Nasceria em Belém (Miqueias 5:2).
    – Viria no tempo determinado por Deus (Daniel 9:24–27).

Essas promessas convergem para a encarnação: “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (João 1:14). O Natal, portanto, é o cumprimento histórico da fidelidade divina.

  1. Os sinais que precederam a primeira vinda
    A Escritura não apenas prometeu o Messias, mas também forneceu sinais claros de Sua chegada:
    – A profecia das setenta semanas de Daniel 9 apontava com precisão para o tempo do aparecimento do Messias e de Seu ministério público.
    – A estrela que guiou os magos do Oriente funcionou como um sinal cósmico, confirmando o nascimento do Rei prometido (Mateus 2:1–10).
    – O ministério de João Batista cumpriu Isaías 40:3, preparando o caminho do Senhor (Mateus 3:1–3).

Esses sinais demonstram que Deus age na história de forma poderosa e evidente.

  1. A tipologia da primeira vinda: humildade e encarnação
    Jesus veio como bebê indefeso, nascido de Maria, legalmente identificado como filho de José (Mateus 1:18–25; Lucas 2:7). Essa forma de vinda revela uma tipologia fundamental:
    – O Rei veio como servo (Isaías 53:2–3; Filipenses 2:6–8).
    – O Salvador identificou-Se plenamente com a condição humana.
    – A glória divina foi velada pela simplicidade da encarnação.

A primeira vinda ensina que Deus vence o mal não pela força, mas pelo amor.

  1. As promessas da segunda vinda
    Assim como a primeira vinda foi amplamente prometida, a segunda vinda é reiterada com igual clareza:
    – Jesus prometeu voltar pessoalmente para buscar os Seus escolhidos (João 14:1–3).
    – Os anjos confirmaram que Ele retornará da mesma forma como subiu aos céus (Atos 1:9–11).
    – A Escritura descreve Sua vinda como literal, visível e gloriosa (Mateus 24:30; Apocalipse 1:7).

A segunda vinda não é simbólica nem espiritualizada; é um evento histórico futuro, real e que os crentes estarão envolvidos, assim como foi o Natal da primeira vinda.

  1. Os sinais que antecedem a segunda vinda
    Jesus ensinou que Sua volta também seria precedida por sinais claros:
    – Guerras (Mateus 24:6–7).
    – Crescente engano religioso e falsos cristos (Mateus 24:4–5, 11).
    – Frieza espiritual e aumento da iniquidade (Mateus 24:12).
    – Proclamação global do evangelho do reino como testemunho a todas as nações (Mateus 24:14).

Esses sinais não têm o objetivo de gerar medo, mas vigilância e esperança.

  1. O cumprimento profético da vinda do Filho do Homem
    Enquanto a primeira vinda cumpriu as profecias do Servo sofredor, a segunda vinda cumprirá as profecias do Filho do Homem glorioso:
    – Daniel 7:13–14 descreve o Filho do Homem recebendo domínio eterno.
    – Mateus 24:30 anuncia Sua vinda com poder e grande glória.
    – 1 Tessalonicenses 4:16–17 descreve a ressurreição dos justos e o encontro com Cristo nos ares.

Aquele que foi colocado numa manjedoura retornará como Juiz e Rei universal.

  1. A estrela e os magos: tipologia da missão às nações
     A estrela revelada aos magos representa uma dimensão missionária fundamental do Natal. Deus não revelou o nascimento de Cristo apenas a Israel, mas também às nações. Os magos simbolizam os povos gentios sendo atraídos à luz divina. Essa tipologia encontra seu paralelo na proclamação do evangelho eterno de Apocalipse 14:6–7, dirigido a “toda nação, tribo, língua e povo”. Assim como a estrela guiou os magos até Cristo, hoje o evangelho ilumina o mundo, convidando todos a adorar o verdadeiro Rei.

O Natal como ponte entre o passado e o futuro.
O Natal celebra o Deus que entrou na história, enquanto aponta para o Deus que concluirá a história. A manjedoura e o trono não são realidades opostas, mas momentos distintos do mesmo plano redentor.

Na primeira vinda, Cristo veio para salvar; na segunda, virá para restaurar plenamente. Na primeira, foi rejeitado por muitos; na segunda, todo joelho se dobrará (Filipenses 2:9–11).

Mensagem final
Celebrar o Natal é lembrar que Deus cumpre Suas promessas. Cada detalhe da primeira vinda foi fielmente realizado, o que garante a certeza da segunda. A luz que brilhou em Belém continua a brilhar no mundo, convidando corações a reconhecerem Jesus como Salvador hoje e Senhor eterno amanhã.


O Natal nos chama à fé, à missão e à esperança. A criança da manjedoura é o Filho do Homem que vem nas nuvens. Entre a estrela de Belém e a glória futura, a igreja vive, proclama e espera.

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