“No Brasil, uma mulher é estuprada a cada 11 minutos, segundo os dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública no final do ano passado. Em 2015, o país registrou 47.646 casos de estupros”. BBC
Mas os crimes não surgem do nada; há pecados que alimentam a
‘cultura do estupro’.
A pornografia é o principal dos pecados.
A ficção dos vídeos pornográficos incentivam o estupro na
mente masculina.
O segundo pecado que alimenta esse crime é a ostentação.
A
mídia social hoje permite se veicular a pornografia ou vídeos pessoais, os
famosos ‘nudes’ que fazem um tremendo sucesso. O próprio vídeo criminoso do
estupro da jovem no Rio de Janeiro foi editado em tom de ostentação.
“O vídeo que foi amplamente compartilhado nas redes sociais
tem cerca de 40 segundos de duração e mostra a garota deitada e desacordada
enquanto os rapazes conversam ao fundo. "Engravidou de 30", diz um
deles. Em uma das fotos divulgadas também pelo Twitter é possível até ver o
rosto de um deles, que posa para a câmera em frente à menina”.
“A promotora de Justiça e coordenadora do Grupo Especial de
Enfrentamento à Violência contra a Mulher (GEVID), do Ministério Público do
Estado de São Paulo, Silvia Chakian opina que a maneira como o vídeo foi
compartilhado pelos suspeitos do estupro, que mostravam "orgulho"
pelo crime praticado, é um sinal de como a "violência contra a mulher é
naturalizada no Brasil. O (episódio) mostra que praticar crime dessa natureza é
motivo de vaidade, de ser ostentado", diz a Promotora.
O terceiro pecado que alimenta o crime do estupro é a
própria cultura no Brasil.
As músicas, os filmes, o convívio social altamente
apelativo ao erotismo e ao sexo incentivam uma voracidade sobre a mulher como
objeto de consumo sexual.
“A promotora Silvia Chakian, relata esse fato afirmando, “não
tem 30 monstros juntos. Não tem patologia nisso. É uma questão cultural. São 30
pessoas que participaram do crime e nenhuma delas agiu para evitar que aquele
crime acontecesse. Isso revela uma sociedade criminosa e violenta contra a
mulher. Que enxerga que o corpo da mulher é feito para o homem usufruir."
O diário The Globe and Mail, do Canadá, diz que o estupro
coletivo ocorre em meio a um "amplo cenário daquilo que ativistas estão
chamando de um ambiente propício (ao estupro) no Brasil".
A publicação destaca que horas antes de o caso virar
destaque na imprensa o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), havia
mantido uma reunião de alto nível com Alexandre Frota, "um ator e estrela
de reality show que já disse que não teria pudores em fazer sexo com uma mulher
sem consentimento".
Cita também o episódio em que o deputado Jair Bolsonaro
(PP-RJ) foi condenado a pagar indenização à deputada Maria do Rosário (PT-RS)
por ter dito que ela "não merecia ser estuprada".
"A reputação de Bolsonaro parece não ter sofrido: uma
pesquisa de opinião mostrou que ele é a principal opção para presidente dos 5%
de brasileiros mais ricos." BBC
O quarto pecado que alimenta esse crime é a impunidade.
"A impunidade anda de mãos dadas com a violência.
Precisa haver uma punição exemplar e essa punição tem que ser divulgada para
que a sociedade saiba. Temos que conscientizar essa sociedade de que quem
compartilha, quem faz piada, (está agindo de modo) tão grave quanto ao do
estuprador." BBC
O quinto pecado que favorece o crime de estupro é a
promiscuidade.
Arielle Sagrillo Scarpati, de 28 anos, que faz doutorado em
psicologia forense na Universidade de Kent, na Inglaterra, afimra que “não
existe o "grande monstro estuprador". Na maioria dos casos de
violência sexual, os perpetradores são considerados "homens normais",
que não acham que cometeram um ato violento. Mas o que exatamente eles pensam?"
"Quando você olha a literatura sobre o tema, observa
que a maioria dos casos de estupro são cometidos por agressores que não têm
nenhuma patologia. A gente tem essa noção de que o estuprador é um monstro, um
psicopata. Mas na verdade esses homens são o que chamamos de normais, em geral
tidos como pessoas boas, salvo raras exceções. Isso sempre me chamou muito a
atenção", disse à BBC Brasil. Isso nada mais é que o desejo natural ao sexo, mas sem o
domínio próprio – a promiscuidade.
O sexto pecado do qual o estupro se alimenta é a violência
contra a mulher.
“Scarpati tenta entender o que faz com que pessoas que
cometem violência sexual não reconheçam seus atos como violentos. E aponta
valores culturais e os "mitos do estupro", tanto no Brasil quando na
Inglaterra, como os principais responsáveis.
"A maioria das pessoas acha que estupro envolve o
monstro, o beco escuro, a mulher jogada no chão ensanguentada. Por isso, em
muitos dos casos, a própria vítima não reconhece o que sofreu como
violência." BBC
O sétimo pecado é a desigualdade.
“Segundo a pesquisadora, uma cultura machista também
dificulta o acolhimento das vítimas pela polícia britânica, que enfrenta
críticas de culpabilização da vítima semelhantes à brasileira. Sabemos que, de
maneira geral, a maioria dos agressores carregam uma hostilidade contra
mulheres e de alguma maneira apoiam "mitos de estupro".
Segundo as teorias mais aceitas atualmente: agressores
geralmente trazem dentro de si o sexismo ambivalente, os "mitos de
estupro" e o que chamamos de "crença num mundo justo".
A "crença num mundo justo" é a ideia de que coisas
ruins acontecem com pessoas ruins e coisas boas acontecem com pessoas boas.
Então, cada um só tem o que merece. Isso é algo que ajuda a deixar esses homens
tranquilos com aquilo que fizeram.”
“Outra coisa é o que chamamos de "sexismo
ambivalente". Ele tem uma face mais agressiva - a ideia de que mulher não
presta, de que, se provoca o homem, merece apanhar mesmo e de que vale menos
que o homem - e uma face benevolente - a ideia de que a mulher é a rainha do
lar, de que é frágil e de que o papel do homem é cuidar dela.” BBC
Pecados devem ser abandonados; devem ser confessados e com atitude de arrependimento se mudar os hábitos que os incentivam.
O problema é uma questão moral e espiritual. Quando a Lei de Deus é ignorada, o home se faz um marginal.
A Lei de Deus tem dois mandamentos que regulam a violência sexual - o sétimo: "Não adulterarás"; e o décimo: "Não cobiçarás a mulher".
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