ESTUPRO E CULTURA


Muito se fala em Cultura do Estupro, que De acordo com  Nadine Gasman, é uma “cultura machista muito forte, uma cultura sexista muito forte". No conceito da  representante da ONU para Mulheres no Brasil, "o estupro é aceito pelos homens e não reconhecido por muitos como uma violação extrema dos direitos da mulher” BBC.

Mas há um fator determinante à Cultura do Estupro que é a própria cultura país.

A cultura do povo brasileiro na área sexual é muito banalizada. As músicas, filmes, os relacionamentos, a moda e a ‘super-valorização’ do corpo, são fatores que potencializam a Cultura do Estupro.

“Eu acho que depende muito do que as pessoas classificam como liberdade. Existe uma mídia que apresenta a mulher brasileira como objeto sexual, com todos os preconceitos e estereótipos possíveis - mas pode haver uma leitura imprópria de que isso é liberdade.”

“Se 86% das mulheres brasileiras dizem já ter sofrido algum tipo de assédio, que liberdade é essa que elas têm de andar pelas ruas, de ocupar espaços públicos? Acho que essa imagem que se criou não corresponde à vida real das mulheres brasileiras”; afirma Nadine Gasman. BBC


O maior evento cultural desse país é um evento de apelo sexual - o carnaval. As mulheres são expostas como pouca roupa e uma dança que valoriza seu corpo. É uma situação muito apelativa, extremamente tendenciosa, e o assédio, o abuso, e por fim o estupro são resultantes desta somatória de fatores sociais, psíquicos e culturais.

A música brasileira explora a sexualidade de uma forma muito baixa o que faz um apelo muito forte à abordagem às mulheres. A mente masculina é aculturada para ver no corpo da mulher um objeto de prazer sexual, somente.

E o apelo erótico de danças nos shows e clipes é muito explícita. O erotismo expõem a figura feminina ao ato sexual propriamente dito na coreografia das músicas. As letras das músicas são cheias de alusões sexuais e apelos.


O Funk como estilo musical é extremamente abusivo, principalmente à figura feminina. O que se esperar de rapazes que cantam músicas onde as mulheres são chamadas de ‘cachorras’?

O país [e o mundo] passa também por uma revolução pornográfica. Nunca a pornografia esteve tão disponível. A internet é uma ferramenta de livre acesso. Seja por fotografias ou filmes a indústria pornô é altamente estimulante, e extremamente expositora da figura feminina.

As mulheres nos filmes pornográficos não são mais objetos, são ‘capachos sexuais’, expostas a qualquer situação imaginária.

Essa é a relação da cultura com o estupro.

Na revolução pornográfica ainda, a mídia social se tornou um exponencial pois a nudez publicada não é mais dos atores mas de toda e qualquer pessoa. O envio dos 'nudes‘ e apropria publicação de fotos sensuais ou eróticas, fizeram de mídias sociais como o Snap um turbilhão pornográfico.

A ditadura da moda é outro fator nesta cultura que promove o estupro. As mulheres se tornaram escravas da moda e de estereótipos que as formataram dentro de um padrão erotizado. Principalmente no Brasil a moda explora o corpo da mulher e expõem sua intimidade.

A cultura dita para as mulheres que elas só serão aceitas se vestirem roupas apelativas e isso cria uma ditadura para as mentes femininas.

A cultura tem incentivado a violência contra a mulher, e isto não são valores culturais. Uma cultura que gera violência, não é uma cultura saudável.

Uma cultura doentia, se muda com novos princípios, com uma moralidade.

OS 7 PECADOS QUE ALIMENTAM O CRIME DO ESTUPRO


“No Brasil, uma mulher é estuprada a cada 11 minutos, segundo os dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública no final do ano passado. Em 2015, o país registrou 47.646 casos de estupros”. BBC

Mas os crimes não surgem do nada; há pecados que alimentam a ‘cultura do estupro’.

A pornografia é o principal dos pecados.

A ficção dos vídeos pornográficos incentivam o estupro na mente masculina.

O segundo pecado que alimenta esse crime é a ostentação. 

A mídia social hoje permite se veicular a pornografia ou vídeos pessoais, os famosos ‘nudes’ que fazem um tremendo sucesso. O próprio vídeo criminoso do estupro da jovem no Rio de Janeiro foi editado em tom de ostentação.

“O vídeo que foi amplamente compartilhado nas redes sociais tem cerca de 40 segundos de duração e mostra a garota deitada e desacordada enquanto os rapazes conversam ao fundo. "Engravidou de 30", diz um deles. Em uma das fotos divulgadas também pelo Twitter é possível até ver o rosto de um deles, que posa para a câmera em frente à menina”.

“A promotora de Justiça e coordenadora do Grupo Especial de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (GEVID), do Ministério Público do Estado de São Paulo, Silvia Chakian opina que a maneira como o vídeo foi compartilhado pelos suspeitos do estupro, que mostravam "orgulho" pelo crime praticado, é um sinal de como a "violência contra a mulher é naturalizada no Brasil. O (episódio) mostra que praticar crime dessa natureza é motivo de vaidade, de ser ostentado", diz a Promotora.

O terceiro pecado que alimenta o crime do estupro é a própria cultura no Brasil. 

As músicas, os filmes, o convívio social altamente apelativo ao erotismo e ao sexo incentivam uma voracidade sobre a mulher como objeto de consumo sexual.

“A promotora Silvia Chakian, relata esse fato afirmando, “não tem 30 monstros juntos. Não tem patologia nisso. É uma questão cultural. São 30 pessoas que participaram do crime e nenhuma delas agiu para evitar que aquele crime acontecesse. Isso revela uma sociedade criminosa e violenta contra a mulher. Que enxerga que o corpo da mulher é feito para o homem usufruir."

O diário The Globe and Mail, do Canadá, diz que o estupro coletivo ocorre em meio a um "amplo cenário daquilo que ativistas estão chamando de um ambiente propício (ao estupro) no Brasil".

A publicação destaca que horas antes de o caso virar destaque na imprensa o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), havia mantido uma reunião de alto nível com Alexandre Frota, "um ator e estrela de reality show que já disse que não teria pudores em fazer sexo com uma mulher sem consentimento".

Cita também o episódio em que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi condenado a pagar indenização à deputada Maria do Rosário (PT-RS) por ter dito que ela "não merecia ser estuprada".
"A reputação de Bolsonaro parece não ter sofrido: uma pesquisa de opinião mostrou que ele é a principal opção para presidente dos 5% de brasileiros mais ricos." BBC

O quarto pecado que alimenta esse crime é a impunidade.

"A impunidade anda de mãos dadas com a violência. Precisa haver uma punição exemplar e essa punição tem que ser divulgada para que a sociedade saiba. Temos que conscientizar essa sociedade de que quem compartilha, quem faz piada, (está agindo de modo) tão grave quanto ao do estuprador." BBC

O quinto pecado que favorece o crime de estupro é a promiscuidade.

Arielle Sagrillo Scarpati, de 28 anos, que faz doutorado em psicologia forense na Universidade de Kent, na Inglaterra, afimra que “não existe o "grande monstro estuprador". Na maioria dos casos de violência sexual, os perpetradores são considerados "homens normais", que não acham que cometeram um ato violento. Mas o que exatamente eles pensam?"

"Quando você olha a literatura sobre o tema, observa que a maioria dos casos de estupro são cometidos por agressores que não têm nenhuma patologia. A gente tem essa noção de que o estuprador é um monstro, um psicopata. Mas na verdade esses homens são o que chamamos de normais, em geral tidos como pessoas boas, salvo raras exceções. Isso sempre me chamou muito a atenção", disse à BBC Brasil. Isso nada mais é que o desejo natural ao sexo, mas sem o domínio próprio – a promiscuidade.

O sexto pecado do qual o estupro se alimenta é a violência contra a mulher.

“Scarpati tenta entender o que faz com que pessoas que cometem violência sexual não reconheçam seus atos como violentos. E aponta valores culturais e os "mitos do estupro", tanto no Brasil quando na Inglaterra, como os principais responsáveis.

"A maioria das pessoas acha que estupro envolve o monstro, o beco escuro, a mulher jogada no chão ensanguentada. Por isso, em muitos dos casos, a própria vítima não reconhece o que sofreu como violência." BBC

O sétimo pecado é a desigualdade.

“Segundo a pesquisadora, uma cultura machista também dificulta o acolhimento das vítimas pela polícia britânica, que enfrenta críticas de culpabilização da vítima semelhantes à brasileira. Sabemos que, de maneira geral, a maioria dos agressores carregam uma hostilidade contra mulheres e de alguma maneira apoiam "mitos de estupro".

Segundo as teorias mais aceitas atualmente: agressores geralmente trazem dentro de si o sexismo ambivalente, os "mitos de estupro" e o que chamamos de "crença num mundo justo".
A "crença num mundo justo" é a ideia de que coisas ruins acontecem com pessoas ruins e coisas boas acontecem com pessoas boas. Então, cada um só tem o que merece. Isso é algo que ajuda a deixar esses homens tranquilos com aquilo que fizeram.”


“Outra coisa é o que chamamos de "sexismo ambivalente". Ele tem uma face mais agressiva - a ideia de que mulher não presta, de que, se provoca o homem, merece apanhar mesmo e de que vale menos que o homem - e uma face benevolente - a ideia de que a mulher é a rainha do lar, de que é frágil e de que o papel do homem é cuidar dela.” BBC

Pecados devem ser abandonados; devem ser confessados e com atitude de arrependimento se mudar os hábitos que os incentivam.

O problema é uma questão moral e espiritual. Quando a Lei de Deus é ignorada, o home se faz um marginal.

A Lei de Deus tem dois mandamentos que regulam a violência sexual - o sétimo: "Não adulterarás"; e o décimo: "Não cobiçarás a mulher".