Israel e a Restauração Final

A restauração de Israel, ou uma suposta conversão de Israel e Judeus, é enxergada por muitos nesse movimento que temos presenciado atualmente (Outubro2023) da guerra no Oriente Médio, entre o Hamas e Israel.

O próprio apoio das nações cristãs ocidentais, é porque eles creem que Deus tem um plano para a conversão de Israel e Judeus.

Interpretações dispensacionalista

Mas essa é uma interpretação Dispensacionalista. O dispensacionalismo é um sistema de hermenêutica bíblica que faz uma interpretação literal das profecias clássicas e apocalípticas. Por exemplo, eles sustentam que o nome “Israel” na profecia sempre se refere a nação de Israel e nada mais.

Outro sistema hermenêutico, ou de interpretação é o bíblico-histórico (usado pelos adventistas) que leem que Deus rejeitou Israel, rejeitou judeus e que suas profecias agora se cumprem na igreja cristã e no remanescente.

O sistema dispensacionalista de teologia afirma que Deus tem duas instituições distintas que permanecem separados através do tempo e da eternidade: Israel e a Igreja. Quanto à Igreja, Deus a trouxe à existência por causa da rejeição de Cristo pelos judeus. E seria (a igreja)  apenas um episódio ou parêntese entre a rejeição e reinstituição do reino terreno de Israel e Judeus.

Os dispensacionalistas acreditam que o arrebatamento será o fim da igreja. Após o arrebatamento da igreja, a conversão e coligação dos judeus ao Messias começará durante o tribulação por sete anos, após os quais Deus estabelecerá o milênio reino na terra e literalmente cumprir todas as promessas da aliança feitas a Israel. Porque os judeus terão finalmente aceitado o Messias. Jerusalém e os judeus serão centrais neste reinado milenar com Cristo no reinado de Davi com o trono e o templo no centro.

O Dispensacionalismo também ensina que todas as promessas relativas à terra de Canaã serão cumpridas no retorno de Israel à Palestina em 1948 e se torna um evento de grande significado histórico e profético.

Interpretação bíblico-histórica

Na leitura bíblica, as profecias clássicas e apocalípticas não devem ser interpretadas literalmente. Um dos principais pontos, é que quando o NT fala em Israel, ele se refere ao Israel espiritual, e não a nação que hoje existe.

O Israel que conhecemos como nação, não é o mesmo Israel do AT, pois após o exílio dos Israelitas a nação foi dispersada pelos assírios e jamais voltaram do exílio (2Reis 18:11). A nação que hoje conhecemos é um povo híbrido formado por muitas nações transportadas para a antiga paletina. Embora tenham se ‘convertido’ a religião hebraica, não têm a mesma etnia ou status do antigo Israel.

Um segundo ponto da interpretação bíblico-histórica é que a igreja é o novo Israel, ou o Israel espiritual e que a Nova Aliança é estabelecida pela fé, e oferecida aos que creem, e não mais por nacionalidade.

O terceiro ponto é que as promessas relativas à terra de Canaã serão cumpridas nas promessas da Nova Canaã, Nova Jerusalém e Nova Terra. Não são cumprimentos literais, mas cumprimentos escatológicos de uma realidade renovada e celestial.

O quarto ponto é que a igreja não terá um fim. O Apocalipse retrata a igreja como a Noiva de Cristo, que é recepcionada nas Bodas do Cordeiro, com a qual é desposada, ou unida pela eternidade.

O quinto ponto, é que a igreja, ou as pessoas que a constituem é que serão salvas, não uma nação específica. Israel não será salvo; os judeus, como nação, não serão salvos. E a igreja é designada para cumprir o propósito divino da eleição de Israel: ser uma luz salvadora para todos os humanos. Os indivíduos que crerem e aceitarem o Senhorio de Jesus, a morte de Jesus por seus pecados, e O admitir como Salvador pessoal, esses serão salvos.

O sexto ponto é que os judeus, ou Israel, não são centrais no reinado milenar ou no estabelecimento eterno no planeta renovado; e sim a “grande multidão... de todas as nações, tribos, línguas, povos e línguas” Ap 7:9; 19:1.

O Plano Final

A conversão de Israel ou dos judeus não pode ser considerado um cumprimento de promessas proféticas porque não é baseado na fidelidade à aliança e ao Messias da aliança, Jesus. Serão os indivíduos que serão aceitos.

Em Jesus Cristo, o verdadeiro Israel (espiritual) de todas as nações, é que herda toda a terra.

A guerra que vemos hoje é uma tristeza para todos nós, porque são seres humanos que estão sofrendo e morrendo. Mas nossa simpatia, orações e esforços devem ser humanitários apenas. Expectativas proféticas e escatológicas, são expectativas dispensacionalistas. E nós não interpretamos e nem lemos as profecias dessa forma. Nossa leitura é bíblico-histórica, com um desfecho bem diferente.

Torcer por Israel ou pelos judeus, com expectativas bíblicas, não é uma boa opção. Humanamente torcemos por israelitas e palestinos, para que haja paz e justiça para ambas as nações.

Ore pela paz no Oriente Médio!

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