A própria identidade adventista
não pode ser compreendida sem a tipologia bíblica. O adventismo nasce, cresce e
se define a partir de uma leitura das Escrituras que entende certos eventos do
Antigo Testamento como padrões divinos que se repetem na história e alcançam os
acontecimentos finais. A tipologia, portanto, não é um acessório; é a estrutura
que molda a compreensão adventista do passado, do presente e do futuro.
Os adventistas enxergam a história
da salvação como uma narrativa coerente, na qual Deus age segundo modelos que
se repetem. Esses modelos aparecem primeiro na experiência do povo de Israel e
depois se ampliam para a igreja hoje, especialmente para a comunidade que se
entende como vivendo nos últimos dias. Assim como Israel foi chamado para ser
um povo distinto, guardião da lei e do testemunho, também os adventistas se
veem como herdeiros desse chamado profético, convocados a restaurar verdades
esquecidas e a preparar o mundo para a vinda de Cristo.
A escatologia adventista — com
temas como santuário celestial, juízo investigativo, remanescente, estatuto da
lei e missão global — opera dentro desse tecido tipológico, vendo nos rituais,
instituições e experiências de Israel uma antecipação das realidades
espirituais do tempo do fim.
O adventismo surge historicamente
dentro de um ambiente protestante que valoriza a interpretação literal-históri ca
da Bíblia, mas que também reconhece a legitimidade da tipologia. O movimento
milerita e, posteriormente, o adventista do sétimo dia, perceberam nas festas
judaicas, no Êxodo, na travessia do deserto, na entrada em Canaã, nas profecias
de Daniel e no serviço do santuário padrões divinos que se repetem no fim da
história. Essa estrutura permitiu ao movimento compreender sua missão como uma
“reedição” ou “fase final” da história da salvação.
O adventismo é um movimento
tipológico porque vê a si mesmo como parte de um padrão bíblico maior, cujo
centro é Cristo, mas cujo desenvolvimento inclui a igreja do tempo do fim; compreende
sua missão por meio de prefigurações presentes em Israel, sobretudo nas
instituições do santuário e nas experiências do povo no deserto; entende a
profecia não apenas como previsão, mas como repetição ampliada de modelos, nos
quais antigos eventos apontam para realidades escatológicas; enxerga o conflito
final como o clímax de todos os “tipos”, onde Cristo completa o que foi
prefigurado ao longo da história bíblica.
A tipologia não apenas explica a
teologia adventista; ela dá coerência à sua identidade. A comunidade do tempo
do fim é vista como aquela que, pela graça, se torna o ponto final de uma longa
linha de eventos que começam nos patriarcas, passam por Israel e culminam no
clamor escatológico do Apocalipse. A tipologia, determina a identidade
adventista, pois legitima sua compreensão profética e confere profundidade
bíblica à sua missão.
Sendo assim, os Grandes “Tipos” do
Livro de Josué representam o Caminho da Igreja no Tempo do Fim. Não só os
caminhos da igreja do tempo do fim, mas de todos os que guardam os mandamentos
de Deus e tem o testemunho de Jesus – Apocalipse 12 v17.

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