ESTADO LAICO


O laicismo é um princípio que defende a ausência de qualquer obrigação de caráter religioso nas instituições governamentais. É uma posição que visa a laicidade, ou seja, a não intervenção da religião no Estado.

A qualidade de ser laico pressupõe a não interferência da igreja em assuntos políticos e culturais. Quando se fala em Estado laico, existe a ideia de neutralidade sobre questões religiosas.

Deve haver liberdade para os cidadãos manifestarem a sua fé religiosa, qualquer que ela seja, sem haver controle ou imposição de uma religião específica.

“As liberdades – assim mesmo no plural – continuam ser o maior desejo do ser humano. Se ontem isso significava não ser escravo ou não estar aprisionado, hoje no século 21, lembremo-nos – ser livre é exercer o direito e ser igualado pela lei no respeito e na dignidade que as diferenças contêm” Galdino, 2006.

A liberdade religiosa e de crença está prevista na Constituição Brasileira de 1946: “A fé é a matriz das convicções religiosas. Nesse terreno não se pode privar nem impor, mas respeitar e tolerar”.

A questão tem sido que os cristãos pós-modernos são intolerantes. Querem fazer uso da política e do  poder do governo para impor suas crenças.

Sofreram essa imposição no passado e agora querem impor aos outros.

Separar Igreja e Estado foi um custo muito alto; milhares de cristãos morreram como mártires até que a consciência da humanidade foi despertada e as Revoluções Francesa e Americanas fizeram a separação entre fé e política.

O que os evangélicos querem hoje, os cristãos repudiaram ontem.

Muito se fala em representatividade dos crentes nas câmaras, no senado e até na presidência, mas o que os cristãos querem lá? Impor suas doutrinas sobre o aborto, homossexualismo, descanso semanal etc.

Crenças não se impõem. Direitos e liberdade de ir e vir são princípios universais e não precisam ser impostos.

Se o estado for laico, ele irá reconhecer a liberdade do indivíduo em expressar sua fé como assim acredita.

Mas um estado religioso não irá respeitar a religião do outro.

Um estado que impõem suas crenças, estará repetindo o erro do papado medieval. Não podemos cair no erro que condenamos.

Por 1290 anos o papado governou a Europa em um estado não laico; a religiosidade deste estado continental não garantiu a moralidade, a ortodoxia ou sequer a paz. Pelo contrário foi o  pior registro de atrocidades da humanidade, superando, em muito, o Holocausto de Hitler.

O Estado Laico foi uma conquista cristã, um dom, um presente. Hoje estamos pisando este dom e trabalhando contra seus princípios.

Parafraseando Augustus Nicodemos – “Vou votar e, no que puder, contribuir para que meu pais tenha um governo bom, que proteja os cidadãos de bem, puna os malfeitores e promova o desenvolvimento da sociedade. Mas a igreja de Cristo sempre sobreviveu mesmo debaixo dos piores regimes. O PT é fichinha perto do Império romano”.

A igreja sobreviveu  por séculos sem representatividade ou  manejos políticos. Foi quando sofreu a ajuda do Imperador Constantino que as coisas desandaram para a apostasia.

Usar a política para garantir que nossas crenças sejam respeitadas e adotadas é uma heresia. Nossa vida e testemunho deve ser o elemento transformador na sociedade.

No entanto, estado laico "não significa silenciar os cristãos" - Ronaldo Oliveira, pastor adventista da Associação Paulistana.

Afinal, a política não irá mudar as pessoas; o que muda a vida das pessoas é outro poder.

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