As mulheres tiveram grande influência na Reforma Protestante. É a injustiça e o preconceito que não menciona a contribuição delas, mas elas foram determinantes com sua influencia e como mentoras das famílias e congregações. Entre as anônimas mulheres, outras tiveram seu destaque como:
Katharina von Bora (1499-1552) - Ex-freira alemã que se
casou com Martinho Lutero, foi uma grande apoiadora do movimento reformista.
Katharina não apenas administrava a casa e o sustento de Lutero, mas também era
uma conselheira dele e manteve um espaço de apoio para outros reformadores em
sua casa. Ela desafiou o papel tradicional da mulher e é vista como uma
pioneira no modelo de casamento pastoral protestante.
Argula von Grumbach (1492-1568) - Nobre alemã, foi uma das
primeiras mulheres a defender publicamente as ideias de Lutero e escrever
textos em defesa da Reforma. Argula enviou cartas a líderes e universidades
criticando a perseguição de reformadores e denunciando os abusos da Igreja
Católica. Sua coragem em escrever e defender publicamente a Reforma em uma
época de forte repressão à voz feminina foi notável.
Marie Dentière (1495-1561) - Ex-freira belga e teóloga que
se uniu ao movimento de João Calvino em Genebra. Marie escreveu tratados
defendendo a participação das mulheres na Reforma e fez críticas à Igreja
Católica. Em uma de suas cartas, ela apelou a Marguerite de Navarra para que
ajudasse a promover o papel das mulheres no movimento.
Elisabeth von Braunschweig (1510-1558) - Princesa alemã que
se converteu ao luteranismo e usou sua posição para defender o protestantismo
em seu território. Ela ajudou a proteger reformadores e correspondia-se com
Lutero e outros líderes, pedindo conselhos e encorajando o movimento.
Jeanne d’Albret (1528-1572) - Rainha de Navarra, foi uma das
principais apoiadoras do protestantismo na França. Ela promoveu o calvinismo em
seu reino e usou sua posição política para defender e espalhar a fé reformada.
Jeanne teve um papel importante nas Guerras de Religião na França, defendendo a
liberdade religiosa para os protestantes.
Ellen Gould White (1827–1915) foi uma escritora muito produtiva e líder espiritual. Nascida em Gorham, Maine, nos Estados Unidos, Ellen Harmon teve uma infância marcada por dificuldades. Foi batizada na igreja metodista, mas aos 12 anos, uniu-se ao movimento milerita, que aguardava a segunda vinda de Cristo. Pouco tempo depois, ela relatou ter tido uma série de visões que a confirmaram na missão de fortalecer o movimento adventista emergente. Em 1846, casou-se com o pastor Tiago White, outro líder milerita, e juntos dedicaram-se a estruturar as verdades bíblicas do movimento adventista em continuidade à reforma protestante.
Verdades antigas redescobertas
Ellen White foi decisiva para o sucesso do movimento adventista como continuidade da reforma protestante. A medida que antigas verdades eram entendidas, ela como profetisa as confirmava como sendo a revelação de Deus àquele movimento. A primeira verdade restaurada e acrescida a continuidade da reforma foi a doutrina do santuário celestial e o trabalho celestial de Jesus como sumo sacerdote no céu. Essa mensagem é uma verdade central dentro do argumento protestante, pois confronta a doutrina romana da intercessão mariana. Outras verdades foram sendo redescobertas pelo grupo de pessoas do movimento; verdades antigas como a validade da lei de Deus, a guarda do sábado do sétimo dia, a mortalidade condicional do ser humano, doutrina da ressurreição e os mandamentos de saúde.
Esse conjunto de verdades se somam àquelas que os pioneiros da reforma haviam redescoberto e formam um conjunto gracioso de revelações concedidas pelo céu. A reforma não havia terminado e houve uma efetiva continuidade a partir do movimento milerita e sua mensagem da segunda vinda de Jesus - a mensagem adventista.
Assim as visões de Ellen, ou as revelações Divinas através de sua profetisa, foram essenciais para a formação da doutrina reformista do século XIX. Ellen White foi uma escritora prolífica, com mais de 40 livros, e outras dezenas de compilações, chegando ao número de 100 mil páginas escritas, abrangendo temas como teologia, saúde, educação e vida cristã. Seus escritos, incluindo obras como "O Grande Conflito" e "Caminho a Cristo", continuam a influenciar os adventistas e cristãos de outras denominações. Sua ênfase em uma vida equilibrada e sua visão da religião como parte integral de todas as áreas da vida moldaram a identidade adventista moderna. Ellen White faleceu em 1915, mas seu legado permanece vivo, sendo considerada por muitos como a "mensageira do Senhor" e uma das vozes mais influentes no adventismo mundial e da reforma continuada no século XIX.
Conclusão
As mulheres reformadoras foram estratégicas na continuidade do movimento protestante. O legado principalmente da profetisa e escritora norte-americana, Ellen White, é a vanguarda da continuidade da reforma do século 16. Os escritos e sua divulgação pela página impressa impactou dezenas de nações que possuem seus escritos em seus idiomas. Essa é uma herança que foi herdada dos pioneiros reformadores e que estão no presente século na forma dos livros.
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