O Halloween ou Dia das Bruxas se tornou um modismo entre os cristãos! Até Barack e Michelle Obama que vãos aos cultos aos domingos de manhã como bom evangélicos, fazem a festa na Casa Branca, o que dizer dos meros cristãos mortais.
Mas essa festa têm uma origem pagã; e paganismo é paganismo em qualquer época.
Os tempos pós-modernos não neutralizaram as influências espirituais e simbolismos que essa festa carrega; os cristãos deveriam ser os mais conscientes disto.
A Palavra de Deus é a norma de vida dos cristãos, e não a cultura e os modismos deste mundo - "Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se
pela renovação da sua mente" Romanos 12.2pp.
E devido a isso trago a reportagem na integra da BBC Brasil para entendermos as origens desta festa:
"O Dia das Bruxas é conhecido mundialmente como um feriado
celebrado principalmente nos Estados Unidos, onde é chamado de Halloween.
Mas hoje em dia é celebrado em diversos outros países do
mundo, inclusive o Brasil, onde hábitos como o de ir de porta em porta atrás de
doces, enfeitar as casas com adereços "assustadores" e participar de
festas a fantasia vêm se tornando mais comuns.
Mas sua origem pouco tem a ver com o senso comum atual sobre
esta festa popular. O Halloween tem suas raízes não na cultura americana, mas no
Reino Unido. Seu nome deriva de "All Hallows' Eve". "Hallow" é um termo antigo para "santo",
e "eve" é o mesmo que "véspera". O termo designava, até o
século 16, a noite anterior ao Dia de Todos os Santos, celebrado em 1º de
novembro.
Mas uma coisa é a etimologia de seu nome, outra
completamente diferente é a origem do Halloween moderno.
Desde o século 18, historiadores apontam para um antigo
festival pagão ao falar da origem do Halloween: o festival celta de Samhain
(termo que significa "fim do verão").
O Samhain durava três dias e começava em 31 de outubro.
Segundo acadêmicos, era uma homenagem ao "Rei dos mortos". Estudos
recentes destacam que o Samhain tinha entre suas maiores marcas as fogueiras e
celebrava a abundância de comida após a época de colheita.
O problema com esta teoria é que ela se baseia em poucas
evidências além da época do ano em que os festivais eram realizados.
A comemoração, a linguagem e o significado do festival de
outubro mudavam conforme a região. Os galeses celebravam, por exemplo, o
"Calan Gaeaf". Há pontos em comum entre este festival realizado no
País de Gales e a celebração do Samhain, predominantemente irlandesa e
escocesa, mas há muitas diferenças também.
Em meados do século 8, o papa Gregório 3º mudou a data do
Dia de Todos os Santos de 13 de maio - a data do festival romano dos mortos -
para 1º de novembro, a data do Samhain.
Não se tem certeza se Gregório 3º ou seu sucessor, Gregório
4º, tornaram a celebração do Dia de Todos os Santos obrigatória na tentativa de
"cristianizar" o Samhain.
Mas, quaisquer que fossem seus motivos, a nova data para
este dia fez com que a celebração cristã dos santos e de Samhain fossem unidos.
Assim, tradições pagãs e cristãs acabaram se misturando.
O Dia das Bruxas que conhecemos hoje tomou forma entre 1500
e 1800.
Fogueiras tornaram-se especialmente populares a partir no
Halloween. Elas eram usadas na queima do joio (que celebrava o fim da colheita
no Samhain), como símbolo do rumo a ser seguido pelas almas cristãs no
purgatório ou para repelir bruxaria e a peste negra.
Outro costume de Halloween era o de prever o futuro -
previa-se a data da morte de uma pessoa ou o nome do futuro marido ou mulher.
Em seu poema Halloween, escrito em 1786, o escocês Robert
Burns descreve formas com as quais uma pessoa jovem podia descobrir quem seria
seu grande amor.
Muitos destes rituais de adivinhação envolviam a
agricultura. Por exemplo, uma pessoa puxava uma couve ou um repolho do solo por
acreditar que seu formato e sabor forneciam pistas cruciais sobre a profissão e
a personalidade do futuro cônjuge.
Outros incluíam pescar com a boca maçãs marcadas com as
iniciais de diversos candidatos e a leitura de cascas de noz ou olhar um
espelho e pedir ao diabo para revelar a face da pessoa amada.
Comer era um componente importante do Halloween, assim como
de muitos outros festivais. Um dos hábitos mais característicos envolvia
crianças, que iam de casa em casa cantando rimas ou dizendo orações para as
almas dos mortos. Em troca, eles recebiam bolos de boa sorte que representavam
o espírito de uma pessoa que havia sido liberada do purgatório.
Igrejas de paróquias costumavam tocar seus sinos, às vezes
por toda a noite. A prática era tão incômoda que o rei Henrique 3º e a rainha
Elizabeth tentaram bani-la, mas não conseguiram. Este ritual prosseguiu, apesar
das multas regularmente aplicadas a quem fizesse isso.
Em 1845, durante o período conhecido na Irlanda como a
"Grande Fome", 1 milhão de pessoas foram forçadas a imigrar para os
Estados Unidos, levando junto sua história e tradições.
Não é coincidência que as primeiras referências ao Halloween
apareceram na América pouco depois disso. Em 1870, por exemplo, uma revista
feminina americana publicou uma reportagem em que o descrevia como feriado
"inglês".
A princípio, as tradições do Dia das Bruxas nos Estados
Unidos uniam brincadeiras comuns no Reino Unido rural com rituais de colheita
americanos. As maçãs usadas para prever o futuro pelos britânicos viraram
cidra, servida junto com rosquinhas, ou "doughnuts" em inglês.
O milho era uma cultura importante da agricultura americana
- e acabou entrando com tudo na simbologia característica do Halloween
americano. Tanto que, no início do século 20, espantalhos - típicos de
colheitas de milho - eram muito usados em decorações do Dia das Bruxas.
Foi na América que a abóbora passou a ser sinônimo de
Halloween. No Reino Unido, o legume mais "entalhado" ou esculpido era
o turnip, um tipo de nabo.
Uma lenda sobre um ferreiro chamado Jack que conseguiu ser
mais esperto que o diabo e vagava como um morto-vivo deu origem às luminárias
feitas com abóboras que se tornaram uma marca do Halloween americano, marcado
pelas cores laranja e preta.
Foi nos Estados Unidos que surgiu a tradição moderna de
"doces ou travessuras". Há indícios disso em brincadeiras medievais
que usavam repolhos, mas pregar peças tornou-se um hábito nesta época do ano
entre os americanos a partir dos anos 1920.
As brincadeiras podiam acabar ficando violentas, como
ocorreu durante a Grande Depressão, e se popularizaram de vez após a Segunda
Guerra Mundial, quando o racionamento de alimentos acabou e doces podiam ser
comprados facilmente.
Mas a tradição mais popular do Halloween, de usar fantasias
e pregar sustos, não tem qualquer relação com doces. Ele veio após a transmissão pelo rádio de Guerra do Mundos,
do escritor inglês H.G. Wells, gerou uma grande confusão quando foi ao ar, em
30 de outubro de 1938.
Ao concluí-la, o ator e diretor americano Orson Wells deixou
de lado seu personagem para dizer aos ouvintes que tudo não passava de uma
pegadinha de Halloween e comparou seu papel ao ato de se vestir com um lençol
para imitar um fantasma e dar um susto nas pessoas.
Hoje, o Halloween é o maior feriado não cristão dos Estados
Unidos. Em 2010, superou tanto o Dia dos Namorados e a Páscoa como a data em
que mais se vende chocolates. Ao longo dos anos, foi "exportado" para
outros países, entre eles o Brasil.
Por aqui, desde 2003, também se celebra neste mesma data o
Dia do Saci, fruto de um projeto de lei que busca resgatar figuras do folclore
brasileiro, em contraposição ao Dia das Bruxas.
Em sua "era moderna", o Halloween continuou a
criar sua própria mitologia. Em 1964, uma dona de casa de Nova York chamada
Helen Pfeil decidiu distribuir palha de aço, biscoito para cachorro e
inseticida contra formigas para crianças que ela considerava velhas demais para
brincar de "doces ou travessuras". Logo, espalharam-se lendas urbanas
de maçãs recheadas com lâminas de barbear e doces embebidos em arsênico ou
drogas alucinógenas.
Atualmente, o festival tem diferentes finalidades: celebra
os mortos ou a época de colheita e marca o fim do verão e o início do outono no
hemisfério norte. Ao mesmo tempo, vem ganhando novas formas e dado a
oportunidade para que adultos brinquem com seus medos e fantasias de uma forma
socialmente aceitável.
Ele permite subverter normais sociais como evitar contato
com estranhos ou explorar o lado negro do comportamento humano. Une religião,
natureza, morte e romance. Talvez seja este o motivo de sua grande
popularidade."
Fonte:BBC Brasil