Pôncio Pilatos, o governador romano que presidiu o julgamento de Jesus, é uma importante testemunha indireta quanto a história de Jesus Cristo como indivíduo.
Pilatos declarou claramente que não achou crime algum em
Jesus, e nem motivo para O sentenciar a morte (João 18:38up). A sentença de
morte foi uma decisão da multidão e dos líderes judeus, e que Pilatos apenas
sancionou por motivos políticos.
Pilatos ainda contribuiu com um testemunho sobre o seu
conteúdo na entrevista que fez de Jesus, trazendo informações importantes sobre
quem realmente era Jesus de Nazaré – O Rei dos Judeus, que as profecias
prometiam.
Outra contribuição de Pilatos foi a placa que ele mandou
colocar sobre a cruz de Jesus declarando que Jesus era o Rei dos Judeus (João
19:19,20). Isso foi anunciado em três idiomas por toda Jerusalém, de forma
oficial, por um representante do império romano. Essa é uma tremenda contribuição
que Pilatos fez.
Embora Pilatos não tenha aceito a Jesus e nem se envolvido
com o Salvador, ele foi uma importante testemunha.
Pilatos é mencionado em várias fontes históricas fora da
Bíblia. Essas menções fornecem um contexto histórico que confirma sua
existência e posição, complementando os relatos bíblicos.
Escritos de Flávio Josefo
Flávio Josefo, historiador judeu do século I, menciona
Pilatos em dois de seus escritos: Antiguidades Judaicas (18.3.1).
Josefo descreve Pilatos como procurador da Judeia e narra
eventos como sua tentativa de introduzir estandartes romanos em Jerusalém,
provocando indignação entre os judeus.
Outra citação da
mesma fonte, Antiguidades Judaicas (18.3.3); Josefo relata o julgamento de
Jesus, mencionando Pilatos como o responsável pela condenação à cruz.
Josefo também narra
como Pilatos usou o tesouro do templo para construir um aqueduto, o que gerou
revolta entre os judeus.
Escritos de Tácito
O historiador romano Tácito, em sua obra ‘Anais’ 15.44,
menciona Pilatos ao falar sobre a perseguição aos cristãos sob o imperador Nero.
Ele afirma que Jesus, chamado Cristo, foi condenado à morte
sob Pôncio Pilatos, durante o governo de Tibério. Isso confirma que Pilatos era
governador na época da crucificação.
Escritos de Filão de Alexandria
Filão, filósofo e historiador judeu do século I, também
menciona Pilatos em sua obra ‘Legatio ad Gaium’. Ele descreve Pilatos como um
governante cruel e insensível, criticando-o por provocar conflitos com os
judeus e cometer abusos de poder.
A Pedra de Pilatos
Uma evidência arqueológica direta é a chamada "Pedra de Pilatos", encontrada em 1961 em Cesareia Marítima.
A inscrição em latim
confirma o nome e o título de Pilatos como "Prefeito da Judeia". É
uma prova concreta de sua posição e governança.
Apócrifos e Escritos Cristãos Posteriores
Pilatos é mencionado em textos apócrifos, como o Evangelho
de Nicodemos e os Atos de Pilatos. Esses escritos, embora não sejam históricos,
refletem tradições sobre seu papel no julgamento de Jesus.
Alguns textos cristãos posteriores sugerem que Pilatos teria
se convertido ao cristianismo, mas essas histórias carecem de base histórica
confiável.
As menções a Pilatos fora da Bíblia por historiadores como
Josefo, Tácito e Filão, além da evidência arqueológica da Pedra de Pilatos,
reforçam a historicidade de sua figura. Ele é retratado consistentemente como o
governador romano da Judeia no tempo de Jesus, confirmando sua relevância no
contexto histórico e religioso.
E o mais importante, o seu testemunho oficial sobre Jesus, e
sua entrevista forense, dão credibilidade para o indivíduo Jesus de Nazaré.
A sentença primária inocentando Jesus de qualquer crime
(João 18:38up) e o título que honrou a Jesus na cruz, anunciando que Cristo era
o Rei do Judeus, são ações importantes que nos ajudam não só a entender que é
Jesus, mas revelam parte da missão do Salvador.
Pilatos cedeu a chantagem dos líderes judeus (João 19:12) ao
ameaçar sua posição no império; mas isso não desqualifica seu esforço de salvar
Jesus. Por três vezes Pilatos inocentou a Jesus perante a multidão dos judeus e
os líderes religiosos.
Os Evangelhos relatam três ocasiões distintas durante o
julgamento de Jesus em que Pôncio Pilatos declara Sua inocência. Esses
momentos são cruciais para destacar que, embora Pilatos tenha condenado Jesus à
crucificação, ele não encontrou culpa Nele. Vamos analisar os três momentos:
A Primeira Declaração: Após o Primeiro Interrogatório; está
registrado Lucas 23:4:
"Disse Pilatos
aos principais sacerdotes e às multidões: Não acho culpa alguma neste
homem."
Após a acusação dos
líderes judeus, Pilatos questiona Jesus sobre ser o "Rei dos Judeus"
(Lucas 23:3).
Ele percebe que as acusações são baseadas em inveja e não
encontra motivo para condená-lo. Mesmo assim, os líderes judeus insistem,
acusando Jesus de incitar o povo.
A Segunda Declaração: Após o Envio a Herodes; registrada em Lucas
23:14-15:
"Apresentastes-me este homem como
agitador do povo, mas, tendo-o interrogado na vossa presença, nada verifiquei
contra ele dos crimes de que o acusais. Nem tampouco Herodes, pois no-lo tornou
a enviar. É, pois, claro que ele não fez coisa alguma digna de
morte."
Pilatos, ao saber que Jesus era da Galileia, envia-o a
Herodes, que também não encontra culpa Nele e o devolve a Pilatos. Pilatos
reafirmou que não há razão legal para a condenação de Jesus.
Note que foram duas autoridades romanas, com poder judicial
imparcial, que não acharam nada no inquérito de Jesus de Nazaré.
A Terceira Declaração foi uma Tentativa de Libertar Jesus; registrado em João 19:4-6:
"Pilatos saiu
outra vez e disse-lhes: Eis que eu vo-lo trago fora, para que saibais que não
acho nele crime algum." E ao
insistirem, responde: “Tomai-o vós outros e crucificai-o; eu, porém, não acho
nele culpa alguma."**
Mesmo após Jesus ser açoitado e apresentado à multidão com a
coroa de espinhos, Pilatos novamente declara a inocência de Jesus de Nazaré.
No entanto, os
líderes judeus pressionam Pilatos, alegando que Jesus deveria morrer por
"fazer-se Filho de Deus."
Os três momentos em que Pilatos declara Jesus inocente
evidenciam sua hesitação e a ausência de base legal para a condenação:
1. Lucas 23:4 – Após o primeiro interrogatório.
2. Lucas 23:14-15 – Depois do retorno de Herodes.
3. João 19:4-6 – Durante a tentativa de apaziguar a
multidão.
Apesar disso, Pilatos cede à pressão política e social,
lavando as mãos como sinal de recusa de responsabilidade (Mateus 27:24). Sua
atitude sublinha a injustiça da crucificação de Jesus, que foi condenado sem
culpa.
Embora Pilatos não tenha se decidido por Jesus, o
confessando como Salvador e Senhor, é compreensível que em uma situação tão
probante e formal isso acontecesse. Outras autoridades do império romano foram
confrontados com o testemunho, dessa vez, de Paulo, e também não tomaram a
decisão imediata (Felix, Atos 24:10-27; Festo Atos 25:1-12; Agripa Atos 25:13-27).
Somente a eternidade poderá nos revelar se o testemunho
recebido por esses indivíduos resultou na salvação deles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário